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sábado, 13 de junho de 2015

Educar para Transformar o Ambiente

Nesse mês do Meio Ambiente, a EMEF Maria Quitéria reinicia um ciclo de trabalhos do Projeto de Educação Ambiental. Tivemos o retorno do Projeto VIDAA - Vivências InterDisciplinares Artísticas e Ambientais e turmas no turno da tarde também se mobilizaram para refletir sobre o meio ambiente.

Várias turmas participaram do Projeto Educar para Transformar da AES Sul na Comunidade, que ocorreu entre 8 e 12 de junho no Ginásio Agostinho Cavasotto no Rincão, Novo Hamburgo/RS.


O Projeto é uma ação da AES Sul para a promoção da Educação Ambiental nos municípios onde distribui energia elétrica. Em 2012, tivemos o 1º Ciclo, que também contou com nossa participação, onde um extraterrestre chegava ao Planeta Terra e não entendia a poluição e destruição que encontrava. Neste 2º Ciclo, o Projeto conta as aventuras da menina Gaia, que passa por diferentes ambientes identificando os problemas socioambientais e suas possibilidades de superação.



Com muita música, cores, teatro, dança e poesia associadas à experimentações e explicações científicas, o espetáculo promovido pela AES Sul foi o ponto de partida ideal para a organização das ações que serão desenvolvidas no Projeto VIDAA em 2015. A proposta para este ano letivo segue os princípios de integração entre ciência e arte para a sustentabilidade, desenvolvido em 2014.

Os alunos dos 3ºs anos e 5ºs anos foram convidados para se inspirarem com a história de Gaia, refletindo sobre as possibilidades de pesquisa para serem desenvolvidas ao longo do ano letivo. Cada turma irá seguir um dos eixos apresentados na apresentação, estruturando um projeto de pesquisa-ação que levará para o ambiente escolar as discussões promovidas nas cenas e nas mediações.

Na história, Gaia é uma boneca que ganha vida e convida os expectadores a percorrerem os registros em seu diário, onde realiza uma "Jornada sobre a Terra" em busca de conhecimentos e respostas para suas indagações.

Eixo Água: Maravilha de avistar o começo do mundo.


Em um palco transparente e brilhante, como um mar, Gaia inicia sua jornada em busca da vida. É na água que surgiu os primeiros organismos vivos no Planeta Terra e é submersos em um líquido que todos os seres humanos experimentam seus primeiros movimentos de vida. Gaia de deslumbra com toda a beleza e importância da água, mas se preocupa com a exploração humana desse importante recurso. Poluição e morte frequentam nossas águas atualmente e cabe a cada um de nós cuidar dessa fonte de vida e saúde que temos ao nosso alcance.




Na mediação, os monitores apresentaram o conceito de Água Virtual, onde é calculado a "Pegada Hídrica" de cada produto, ou seja, quanto de água se gasta até alguma coisa chegar até o consumidor. Uma calça jeans, por exemplo, gasta 11.000 litros de água para ser produzida, desde o plantio da fibra até o gasto de água do profissional que a confecciona. É uma água que não vemos no produto, mas que deve ser contabilizada, pois é uma parcela de água potável considerável que também é usada e poluída pelo ser humano.
Em seguida, o monitor contou com alunos presentes para demonstrar a proporção de toda a água existente no Planeta Terra. Sabemos que 70 % do nosso planeta é água e por isso ele é considerado um pontinho azul no espaço sideral, porém, se essa água toda fosse representada por uma garrafa pet cheia, um pouco mais de um copo seria a parcela de água potável, o resto seria a água dos oceanos, que é salgada. Da água potável existente, um pouco mais de meio copo está nas geleiras, um pouco menos de meio copo está nos subterrâneos e apenas uma tampinha está superficial, em rios, lagos e mares.

Eixo Mobilidade Urbana: Como se deu o primeiro deslocamento na Terra.


Em um palco cheio de direções, placas e barulhos, Gaia fica confusa por não saber para onde ir. Assim são as nossas cidades, que nos mantém sempre em movimento, mas sem muito objetivo. "Vamos do nada para lugar nenhum", aponta a menina. Mas ela percebe que a vida também pode desacelerar nas cidades, fazendo com que esse ambiente seja realmente para as pessoas.


Na mediação, os alunos tiveram que refletir sobre a ocupação do espaço. Eles descobriram que em um mesmo lugar, do tamanho de uma sala de aula, caberiam 75 pessoas de pé. 21 bicicletas, 6 carros e 2 ônibus. Assim, começou uma reflexão sobre os meios de transporte mais adequados para se transitar nas cidades. A questão não é deixar de se locomover, mas escolher de maneira crítica como vamos nos locomover, preferindo sempre que possível caminhar e andar de bicicleta, pois não polui. Quando vamos para locais mais distantes, devemos preferir os veículos que conseguem levar mais pessoas, equilibrando a poluição gerada. Com menos carros nas ruas, as cidades terão um trânsito mais vazio e menos barulhento, permitindo uma vida mais planejada e desacelerada.

Eixo Resíduos: Momento em que é preciso enfrentar os monstros que criamos.


Em um palco escuro, cheio de lixo, poeira e fumaça, surge um monstro de duas cabeças como o resultado das montanhas de lixo que vamos deixando pelo caminho da nossa passagem pela Terra. Depois de tentar fugir desse monstro, Gaia percebe que ele não é tão monstruoso assim e que podemos desmanchá-lo separando corretamente o que sobra daquilo que consumimos. Então, Gaia descobre as lixeiras coloridas e todos ajudam a colocar o lixo no seu lugar certo, mudando o ambiente monstruoso do início.



Na mediação, foram apresentadas as atitudes necessárias para começarmos a desmontar o monstro do lixo no nosso dia a dia. A partir dos 3 Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - os alunos viram exemplos de como o que sobra depois do consumo pode virar algo útil para as pessoas. Seja como matéria prima na reciclagem, quando se desmancha o resíduo para transformá-lo em outro novo, ou como material para a reutilização, quando se usa o resíduo em sua forma original para a produção de um objeto diferente do que ele foi feito inicialmente. Porém, o mais importante é que todos tenham o hábito de procurar a lixeira correta sempre que for descartar algo, buscando refletir sobre a possibilidade de diminuir a produção de lixo.

Eixo Energia: O que se fala do impulso que faz girar a roda que ilumina o mundo.


No palco vimos duas casas separadas e isoladas uma da outra, onde seus habitantes se afundavam em uma rotina que envolvia os aparelhos eletrônicos do nosso dia a dia. Com tudo ligado, eles não viam nada à sua frente. Mas Gaia chega para ajudar a desconectá-los dos aparelhos para poderem se conectar um com o outro. Então, quando finalmente os aparelhos são desligados, as pessoas percebem que a energia está disponível para nos auxiliar e não para nos aprisionar.



Na mediação, foi calculado o gasto energético apresentado na cena, com uma casa demonstrativa, o mediador ia "ligando" os aparelhos e o gasto mensal era calculado. Assim, os alunos perceberam que quando deixam os aparelhos ligados estão gerando um desperdício - de energia elétrica e de dinheiro - para suas famílias. Mas toda a energia vem do movimento da natureza, do vento, da água, do fogo, e o desperdício também gera um impacto na natureza. Para demonstrar isso, foi feito um experimento com uma bicicleta modificada, que permitia transformar o movimento em energia elétrica. Cada vez que se ligava um aparelho, a pedalada ficava mais pesada, assim pudemos perceber o esforço da natureza para nos ajudar a produzir a energia que tanto precisamos e apreciamos.


E termina a jornada de Gaia. Ela passou pela Cidade das Águas, Cidade do Trânsito, Cidade dos Resíduos e Cidade das Luzes. Agora, se inicia a jornada dos alunos da EMEF Maria Quitéria. Eles terão o desafio de levar essas aprendizagens para as salas de aula, observando o ambiente escolar e a comunidade local para perceberem o que precisa ser transformado e como eles podem ajudar para esta transformação dos ambientes.

Mais fotos da participação dos alunos da EMEF Maria Quitéria nesta atividade.

Para saber mais sobre o Projeto AES Sul na Comunidade

Profª Daniela Menezes