Está no rosto dos hamburguenses a mescla de
culturas que formou esta terra: se a colonização alemã foi a mais
intensa na região, ela compartilhou este espaço com imigrantes
italianos, índios charruas e minuanos (que já habitavam estas
terras antes da colonização), açorianos, negros, portugueses e espanhóis. Com
esses povos, construiu-se na cidade uma história de vitórias,
marcada pelo trabalho e pelo orgulho das nossas conquistas.
Desde a imigração alemã, depois com o surgimento de
Hamburger Berg, passando pelo processo de emancipação e
consolidação de uma economia forte pautada no calçado, Novo Hamburgo está situada no
mapa do Brasil como uma terra de pessoas batalhadoras e um povo
hospitaleiro.
Etnias Pampeanas – Charruas e Minuanos
Os
índios Pampeanos eram organizações de caçadores coletores com um
vínculo de identidade entre si, que na maior parte delas, era
denominada pelo ramo lingüístico Quíchua (ou Quéchua). Esses
índios viviam no que hoje conhecemos como a República Oriental do
Uruguai, parte do Pampa e do Chaco Argentino e o extremo sul do
Brasil, onde hoje é o estado do Rio Grande do Sul. Daremos mais
destaque as etnias Charrua e Minuano pela sua proximidade com a
cultura platina, pelo mistério que ainda as envolve, e por
influenciar na origem dos mais diversos costumes do povo Gaúcho.
Os Minuanos igualmente aos
Charruas eram grupos de caçadores coletores também voltados à caça
de aves e animais silvestres, foi dos Minuanos que se tem o registro
do uso das boleadeiras para a caça do avestruz. Os grupos Minuanos
eram constituídos por associações de famílias e as decisões
tribais eram feitas por um conselho de homens que tinham um poder
relativo ao do cacique. Hoje em dia existem estudos que nos indicam
um forte laço entre Charruas e Minuanos, acreditando que essa
segunda etnia seria provida da primeira, essas indicações são
baseadas nas inúmeras semelhanças apresentadas pelas duas etnias,
tanto no que se refere a sua vestimenta, quanto a aparência, hábitos
alimentares e rituais.
A colonização alemã
Por
mais de 300 anos, após o descobrimento do Brasil, o Rio Grande do
Sul foi dos índios. Os habitantes desta terra eram os nativos e a
eles a grande área da província gaúcha pertencia. Quem vinha de
fora é que tentava colonizar a região.
Coube aos alemães esta tarefa, com o trabalho e
terra sendo moeda de troca na defesa das fronteiras brasileiras.
Partindo da Europa rumo a América surgiam sonhos, anseios,
dificuldades e um sentimento ainda pouco experimentado: a saudade de
casa. Um novo mundo os esperava no sul do continente americano.
Um barco vindo da Alemanha trazia 39 esperançosos
imigrantes. Deveriam ter sido 40, mas uma mulher acabou falecendo no
trajeto. Seis eram católicos e 33 evangélicos.
Os colonizadores atracaram em Porto Alegre em 18
de julho de 1824, sendo recebidos pelo presidente da Província, José
Feliciano Fernandes Pinheiro. Depois, foram encaminhados para São
Leopoldo, chegando pelo Rio dos Sinos e desembarcando na Real
Feitoria do Linho-Cânhamo à margem esquerda das águas. Era 25 de
julho de 1824 e os alemães, momentos depois de sua chegada,
realizaram o primeiro culto evangélico do Estado.
De lá para cá se passaram mais de 180 anos. As
cidades colonizadas prosperaram, houve progresso em toda a região e
os alemães se espalharam não só pelo Estado como por outras
cidades do Brasil. Uma história bastante conhecida dos descendentes
vivos que ainda hoje conservam seus costumes, tradições e o jeito
alemão de ser.